16 de dezembro de 2008


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Redinha de amores e dissabores
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Leonardo Sodré
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Quem passa ou fica na praia da Redinha nos finais de semana pode até pensar que está numa guerra onde o som das balas signifiquem fogo cruzado de barulhos não identificáveis. E é uma guerra mesmo, porque cada um dos donos de som coloca o seu mais alto, numa disputa insana que prejudica outros que gostam da paz, do silêncio e de música de qualidade numa altura razoável.
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Alguns sons parecem bate-estacas. E, para aonde você se virar vai ouvir barulho de música de péssima qualidade. Eles, os equipamentos de som, estão distribuídos em carros, casas e bares e cada um dos seus operadores busca colocar o seu mais alto, numa disputa não anunciada. Outro dia, indo em direção a Santa Rita, vi dois carros estacionados lado a lado cada um tocando uma música diferente.
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A coisa beira a loucura, porque nem mesmo os donos daqueles carros poderiam identificar o que estava saindo de suas caixas de som que enlouquecem a natureza. Fico imaginando lá do alto o que não pensaria um pássaro vendo tanto barulho por nada. Sim, por nada. Som alto demais não significa nada. Apenas que alguém está querendo aparecer, mostrar que tem um equipamento de qualidade. E isso é nada.
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Castilho, um dos líderes do bloco ‘Redinha dos Meus Amores’, que mora naquela praia desde sua aposentadoria, diz que nos fins de semana ninguém dorme direito. Comentei com ele que o bloco com esse nome sugeria uma recordação da Redinha dos pescadores e dos veranistas, uma praia silenciosa de muitos amores e boêmios, mas que agora havia se transformado numa praia urbana. Ele concordou dizendo que nesses novos tempos a praia já era a mesma, que havia perdido o romantismo de outrora.
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O meu velho amigo acrescentou que o jeito era fugir nos finais de semana para praias mais calmas do litoral norte. “Ou então, aderir ao barulho e acostumar o ouvido nos bares da região”, sorriu. O fato é que as autoridades não estão enxergando – ou será ouvindo? – essa questão que agride o meio ambiente e que, comprovadamente, é ruim para a saúde.

12 de junho de 2008


Essa é a dona DIDA de Carnaúba dos Dantas, a unica bonequeira(calungueira) do Brasil, figura maravilhosa que tive oportunidade de conhecer ontem. Em breve irei escrever mais sobre essa grande artista Potiguar!

10 de maio de 2008

INFORMATIVO FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO

09.05.08

Nº. 07/08

FJA

GILBERTO GIL LANÇA O MAIS CULTURA EM NATAL

O ministro da Cultura Gilberto Gil esteve na capital potiguar para lançar o programa “Mais Cultura no Estado”. O projeto prevê investimentos da ordem de R$ 4,7 bilhões, até 2010, para custear a criação e a modernização de centenas de bibliotecas, a implementação de 20 mil pontos de cultura e o financiamento de projetos culturais por todo o Brasil.

Também na visita, o ministro assinou convênio a governadora Vilma de Farias para implementação de novos pontos de cultura no Rio Grande do Norte. Até o final deste ano, o Estado vai contar com 53 novos Pontos de Cultura, que se somarão aos 11 já instalados. A ampliação do número de pontos culturais em todo o país é uma das metas do Programa Mais Cultura. Para implantação dos Pontos será investido R$ 1,8 milhão, dividido entre os governos do Estado e Federal.

Os Pontos de Cultura serão instalados nas Casas de Cultura construídas pelo Governo do Estado e em locais onde já são exercidas atividades culturais. Cada unidade apóia, por meio de repasse de recursos financeiros do Programa Mais Cultura.

Gilberto Gil informou que cada Ponto de Cultura receberá apoio financeiro de R$ 185 mil do governo federal pelo prazo de dois anos e meio, tempo suficiente para que se torne auto-sustentável. Além de assinarem convênio para ampliação do número de Pontos de Cultura, o ministro e a governadora Wilma de Faria assinaram convênio para implantação de oito novas bibliotecas no Estado. Ele anunciou ainda que está em fase de tramitação no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o tombamento do Centro Histórico de Natal bem como da Festa de Santana, em Caicó, esta última na categoria de patrimônio imaterial do Brasil.


CIRCO DA LUZ

Confira abaixo a Programação do Circo da Luz que estará na Cidade de Santo Antônio entre os dias 10 e 13 de maio.

Dia 10/05 – Sábado

19:00 – Abertura Solene e homenagem ao Poeta Xexéu

– Marlene Bell – Voz, teclados e violão – Parnamirim-RN

20:30 - Artistas da Cidade

Dia 11/05 – Domingo

16:00 – Grupo de Pastoril de Redenção

17:00 - Teatro Infantil

– A Turma do Sol Dourado – Grupo TEP/Natal-RN

- Artistas da Cidade

19:00 – Emboladores: Concriz e Zé Ribamar

20:30 – Aboiador : Amâncio Sobrinho

- Xexéu

- Musica de Carlinhos Zens

Dia 12/05 – Segunda-feira

09:00 – Encontro com Agentes Culturais locais

14:00 – Oficina de Projetos Culturais e Lei Câmara Cascudo

16:00 – Grupos de Capoeira (Alessandro) e Jiu Jitsu (Prof. João)

17:00 – Apresentação do Boi de Reis do Mestre Jaime - Redenção

19:00 – Recital poético de Antônio Francisco, Bob Mota e Paulo Varela

- Xexéu

20:30 - Meirinhos do Forró

- Lançamento do CD

20:30 – Seresta de Fernando Brasileiro e Carlos Arthur-Natal-RN

Dia 13/05 – Terça-feira

09:00 – Oficina de Projetos Culturais e Lei Câmara Cascudo

16:00 – Grupo de teatro da Igreja Católica

- Cenas da Quadrilha Matutina Potiguar

17:00 – Artistas da Cidade

19:00 – Recital Poético de Ivanildo Vilanova e Zé Lins

- Geraldo Amâncio e Valdir Teles

20:30 – Lançamento do Livro

- Banda Café do Vento

- Artistas da Cidade

Programação Externa: Exposições de desenhos e pinturas

Exposição de renda irlandesa em sisal

GERAL

UM POTIGUAR EM JÔ SOARES

No próximo dia 14 de maio, quarta-feira, o editor José Xavier Cortez (Cortez Editora) gravará entrevista com o apresentador Jô Soares para o programa Jô Onze e Meia (TV Globo) sobre o documentário biográfico "O Semeador de Livros", que tem direção de Wagner Bezerra (Ciência & Arte Comunicação) e roteiro de Wagner e Heloisa Dias Bezerra.

O documentário que é uma realização da Ciência & Arte Comunicação em co-produção com a TV PUC (PUC/SP) conta com o patrocínio da Petrobrás e Cosern (empresa de energia elétrica do Rio Grande do Norte) viabilizado a partir da Lei Câmara Cascudo (Fundação José Augusto) de apoio à cultura, do Governo do Rio Grande do Norte, estado natal do editor Cortez.

As gravações já foram iniciadas e o média-metragem deve ser lançado em janeiro de 2009.

Nalva Melo Café Salão

CINE CAFÉ

Filme: A Última Loucura de Mel Brooks
Direção: Mel Brooks
Lançamento: 1976, USA
Gênero: Comédia
Duração: 88 minutos
Sinopse: Recém-saído de um tratamento de desintoxicação, um diretor fracassado propõe ao estúdio no qual trabalha dirigir uma comédia muda. Para provar que trata-se de uma boa idéia, ele e seus amigos saem atrás de grandes astros.
Classificação: 16 anos

Onde? NALVA MELO CAFÉ SALÃO
Quando? SEXTA-FEIRA 09/05/2008
Que horas? ÀS 20:00Hs
Quanto? R$ 2,00

A NOITE DOS MONÓLOGOS

No próximo sábado (10/05), o espaço cultural Nalva Melo Café Salão, situado na Av. Duque de Caxias,110 – Ribeira, apresentará o espetáculo "A Noite dos Monólogos", às 19:30h.

A apresentação faz parte da agenda de 2008 do projeto Café Teatro. Serão apresentados os monólogos "Uma Rosa no Escuro" - Texto adaptado por Olegário Passos com a atriz Cris Reliê, "Cem anos de ..." - texto de Henrique Fontes com o ator Alex Cordeiro, "Informações, pois não!" - texto de autor desconhecido com a atriz Bárbara Cristina, "Máquina de Costura" - texto de José Correia Torres Neto com o ator Doc Câmara e "Segurança" - adaptação de texto de Luís Fernando Veríssimo com a atriz Marga Martins.

Atração: "A Noite dos Monólogos"

Local: Nalva Melo Café Salão

Data: 10 de maio de 2008 (sábado)

Ingressos: R$ 5,00 (valor único)

Horário: 19:30h

Endereço: Av. Duque de Caxias,110 – Ribeira – Natal (RN)

Telefones para contato e ingressos antecipados: (84) 3212-1655, (84) 8861-9616, (84) 8825-5204, (84) 9136-3641

Cineclube Natal

UM BOLO DE ANIVERSÁRIO CHAMADO CINEMA

O Cineclube Natal apaga as velinhas do seu terceiro aniversário e para fermentar o delicioso bolo de festa fizemos uma programação especial para você. O recheio ficará por conta de dois cursos ministrados pelo professor da FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), o paulistano Máximo Barro, que terão como tema "O Cinema Aprende a Falar", que acontecerá no SESC da Avenida Rio Branco e "A análise do filme 'No tempo das diligências', quadro a quadro", na UNP da Nascimento de Castro. Depois, a farinha será a II Mostra de Curtas Potiguares no sábado e a deliciosa cobertura ficará para o Domingo, numa programação surpresa, especial para aqueles que mais valorizamos: o nosso público. Compareça e participe!

O curso "O Cinema aprende a falar", acontecerá de segunda à sexta da próxima semana, das 14h30min às 17h30min, no SESC, nele o professor Máximo destrinchará várias características do cinema ao longo dos anos, desde o mudo, para isso irá mostrar filmes da década de 20 e 30 do século passado, filmes raríssimos, que os alunos terão a oportunidade de assistir. O curso é gratuito, no entanto há a taxa de inscrição de R$ 20,00 que serão devidamente devolvidos aos participantes que obtiverem 80% ou mais de freqüências às aulas. A noite terá continuidade com exibições de filmes épicos no Cine SESC, das 18h30 às 21h00, seguidas de debates. Em ordem, os filmes, aberto a todo o público, serão: "Triunfo da Vontade", "Vampyr", "Á Nous la Liberté", "L´Atalante" e "Ganga Bruta". Ainda na sexta, haverá uma sketch teatral sobre o tema estudado com o Grupo Brincarte de Teatro antes da exibição.

"A análise do filme 'No tempo das diligências", será outra atividade que acontecerá de terça à quinta, de 8h30min as 12h30min e terá o custo de R$ 50,00. Administrado em algumas faculdades de cinema norte–americanas, esse curso consta da análise pormenorizada de um longa metragem, o estilo do diretor, a fotografia, a cenografia, a interpretação e a montagem. Nesse caso o filme estudado será "No tempo das diligências", de John Ford, de 1939.

A II Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares será realizada no sábado, dia 17, no Teatro de Cultura Popular (TCP), a partir das 17h30min. Este é a oportunidade perfeita para você exibir o seu vídeo no escurinho do cinema, algumas das produções exibidas no ano passado serão apresentadas em uma mostra no Rio de Janeiro, ainda esse ano. Assim, o seu filme sai do armário para ser exibido nacionalmente.

No domingo a surpresa fica por conta do Cineclube, a programação começará às 17h00min e está sendo organizada especialmente para você, um autêntico cinéfilo. Por fim, haverá um lanche para todos os presentes.

As inscrições tanto dos cursos como da mostra serão feitas no Chiquita Bacana Açaí (Posto Planalto de Candelária, ao lado do Rapa Nui), a partir da quinta feira, de 8 a 10 de maio, das 14h00min às 20h00min, com Ângela Marques. Ou, na segunda, dia 12, logo antes de começar o curso. No caso da Mostra, as inscrições se prolongam até a sexta, dia 16, no local dos cursos. Informações adicionais, você pode acessar o blog www.cineclubenatal.blogspot.com, a comunidade Cineclube Natal no Orkut, enviar um recado para o e-mail cineclubenatal@cineclubes.org.br ou telefonar para os números 9144-7162, 8805-4666 ou 9406-8177.

2ª MOSTRA CINECLUBISTAS DE CURTAS POTIGUARES

Já pensou em exibir o seu vídeo documentário ou a sua ficção no escurinho do cinema e provar para todo mundo que você é um grande cineasta? É a sua chance! O Cineclube Natal realiza nos dias 17 e 18 de maio a 2ª Mostra Cineclubistas de Curtas Potiguares. Não perca essa oportunidade. As inscrições já estão abertas com os membros da diretoria do Cineclube Natal, a qualquer um que sonhe com o tapete vermelho.

Para contatar os membros do Cineclube Natal, você pode acessar a comunidade Cineclube Natal no Orkut, enviar um recado para o e-mail

cineclubenatal@grupos.com.br ou telefonar para os números 8805-4666 ou 9128-0146..

EDITAIS E PRÊMIOS NACIONAIS

PRÊMIO JABUTI - Até 15 de maio

A 50º edição do Prêmio Jabuti, promovido anualmente pela Câmara Brasileira do Livro, reconhecerá obras inéditas de autores brasileiros publicadas no Brasil entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2007. Os vencedores de cada uma das 20 categorias receberão R$ 3 mil e os ganhadores dos prêmios Livro do Ano Ficção e Livro do Ano Não-Ficção levam R$ 30 mil cada. Inscrição e outras informações: www.premiojabuti.com.br/.

CAPITAL DA CULTURA 2009 - Até 31 de maio

Estão abertas inscrições para a candidatura de cidades que desejam concorrer ao título de Capital Brasileira da Cultura 2009. Em 30 de junho, será escolhida a cidade que receberá o título de Capital Brasileira da Cultura 2009, que deverá desenvolver durante o próximo ano, um programa de atividades culturais proposto na candidatura. O projeto receberá recursos do MinC para aplicação em projetos que visem a criação e/ou recuperação de espaços culturais. Outras informações:

www.capitalbrasileiradacultura.org/.

PROGRAMA RUMOS: ARTES VISUAIS - Até 10 de junho

O Programa Rumos Itaú Cultural lançou editais para serem executados no período de três anos. Em Artes Visuais, os selecionados participarão de exposições coletivas, divulgação do trabalho em catálogos e concorrerão a quatro bolsas de ateliê-residência. Editais e outras informações: www.itaucultural.org.br/rumos/.

PRÊMIO LEYA - Até 15 de junho

A empresa editorial portuguesa Leya lançou um prêmio que dará 100 mil euros ao melhor romance inédito em língua portuguesa. Os romances premiados serão publicados por uma ou mais editoras do grupo e vão ser distribuídos simultaneamente em todos os países que adotam o português como língua oficial. O vencedor do prêmio será anunciado na Feira do Livro de Frankfurt, em outubro. Regulamento e outras informações: www.leya.com/.

PRÊMIO ÍBERO-AMERICANO SM - Até 30 de junho

O Prêmio Ibero-americano SM de Literatura Infantil e Juvenil 2008 está com inscrições abertas para escritores vivos que tenham trabalhos dedicados ao público infantil e juvenil e de relevância para o âmbito ibero-americano. Os candidatos deverão ser apresentados por instituições culturais ou educativas, associação ou grupo de pessoas relacionadas com a literatura infantil e juvenil. O prêmio, no valor de 30 mil dólares, será entregue durante a Feira Internacional do Livro de Guadalajara. Convocatória e outras informações: www.cerlalc.org/.

FRANÇA.BR 2009 - Até 31 de julho

O Ano da França no Brasil deve acontecer entre abril e novembro do próximo ano. A idéia é proporcionar à França a oportunidade de apresentar, nas diversas regiões brasileiras, as diferentes formas de sua cultura. Franceses e brasileiros podem propor projetos, divididos nas categorias França hoje, França diversa e França aberta. Os projetos nacionais serão analisados por um Comissariado brasileiro. Outras informações: (61) 3316.2126, www.cultura.gov.br/franca_br2009/.

SESC DE LITERATURA - Até 15 de agosto

O Prêmio Sesc de Literatura está com inscrições abertas para a sua edição 2008. Podem ser inscritos romances ou coletâneas de contos inéditos. As inscrições estão sendo realizadas nas unidades de atentimento de todos os Estados. Outras informações: www.sesc.com.br/.

VOTORANTIM CULTURAL

Está abertA a 3ª seleção pública do Programa de Democratização Cultural Votorantim. Este ano, o programa investE R$ 4 milhões em projetos de diversos portes e áreas culturais, comprometidos em ampliar o acesso e a produção cultural, com destaque para o público jovem. A inscrição é gratuita e está aberta a pessoas físicas e jurídicas até 8 de agosto. Edital, inscrição e outras informações:

www.institutovotorantim.org.br/democratizacaocultural/.

AUDIOVISUAL

CINE FANTÁSTICO - Até 31 de maio

A 4ª edição do Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre (Fantaspoa) acontece entre 1º e 10 de agosto. O objetivo é criar interesse pelos gêneros fantasia, ficção científica e horror; exibindo títulos que raramente circulam nos cinemas brasileiros. Realizadores podem inscrever suas produções nas mostras competitivas de longa-metragem, curtas-metragens nacionais e curta-metragens internacionais. Inscrições e outras informações: www.fantaspoa.com/.

FESTIVAL DE TRIUNFO - Até 16 de junho

O 1º Festival de Cinema de Triunfo, que acontece de 12 a 16 de julho em Triunfo (PE), aceita trabalhos nas categorias longa-metragem (até 150 minutos), curta-metragem (até 25 minutos), vídeos originários do concurso Revelando os Brasis (até 25 minutos), além de filmes e vídeos de curta-metragem pernambucanos (até 25 minutos). Edital e outras informações: www.fundarpe.pe.gov.br/.

UNIÃO LATINA - Até 30 de junho

O Prêmio do Filme Documentário União Latina do Festival de Biarritz (França), no valor de três mil euros, será atribuído ao melhor documentário latino que apresente visão original sobre a diversidade das culturas nos contextos sócio-políticos nos paises da União Latina. Os documentários devem ser provenientes dos Estados membros da União Latina e devem ter sido produzidos após 31 de Dezembro de 2006. O Festival de Biarritz acontece de 29 de setembro a 5 de outubro. Outras informações: http://dcc.unilat.org/.

CURTA SANTOS - Até 6 de julho

As inscrições para o VI Curta Santos estão abertas. Para a mostra Olhar Caiçara, podem ser inscritos curtas-metragens nacionais produzidos a partir de janeiro de 2004. Os filmes concorrem aos prêmios de melhor curta metragem, direção, fotografia, montagem, som, ator e atriz. O festival acontece entre 17 e 20 de setembro em vários locais de Santos (SP). Regulamento, inscrição e outras informações:

www.curtasantos.com/.

Fontes:

Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura

Fundação José Augusto

Produtores Culturais

4 de maio de 2008

Soneto dedicado à Amizade


Coração Fraterno


Meu coração não tem lugar pro ódio,
Mesmo que sofra tristes desenganos;
É o lugar pra morar seres humanos,
Onde o amor tremula no seu pódio.


Os afetos, sempre estão de custódio,
Pra ofertá-los sem temer os enganos,
Como a onda que vem dos oceanos
E beija o chão, num lindo episódio.


Guardo nele os milhares de amigos,
E não tenho medo, dos mil perigos,
Que as relações me põem hoje em dia.


Meu coração é um lar pra todo mundo!
Basta tocá-lo com um gesto profundo,
Que terá uma eterna moradia.

Gilmar Leite

22 de abril de 2008

Cultura, consciência e transformação


Cultura, consciência e transformação


A cada dia fica mais claro que a produção simbólica articula comunidades, produz movimento, desperta rebeldias e inventa futuros. Mas a relação entre cultura e transformação social é muito mais profunda que a vã filosofia dos que se apressam a "politizar as rodas de samba"...
Eleilson Leite*
“Muitas vezes, uma comunidade extremamente pobre, pode ser culturalmente rica”. Ouvi essa frase do diretor técnico de relações culturais e científicas da Agência Espanhola de Cooperação Internacional, Alfons Martinelli, numa palestra proferida esta semana, no Centro Cultural da Espanha em São Paulo. O diplomata espanhol, que passava por aqui para participar de evento internacional realizado no Instituto Itaú Cultural, reafirmou, com sua fala, nossa crença de que a cultura, vista como central no processo de desenvolvimento humano, pode efetivamente produzir transformações. Daí a necessidade de passar a contemplar os processos culturais nas aferições do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. “O IDH não estará completo sem a cultura”, completou Alfons.

A cultura é por si geradora de desenvolvimento na medida em que estimula processos criativos, individuais ou coletivos. Todo ser humano tem potencial criativo e por isso é um agente cultural em potencial. A cultura é a expressão da criatividade humana. É a produção simbólica de um grupo, uma comunidade, um povo. A arte é apenas uma dimensão da cultura. A culinária, o vestuário, as manufaturas, o conhecimento e as maneiras de transmiti-lo, as tradições, crenças, arquitetura — enfim, todas as formas que os homens e mulheres desenvolvem para viver são manifestações culturais. E nada é mais revelador de um povo do que a sua cultura. Porque nela está sua identidade. E a afirmação da identidade de um povo produz um sentido de pertencimento que pode mobilizar multidões.

Por isso, é importante ressaltar a cultura feita nas periferias urbanas. Nessas regiões, as comunidades se organizam em torno de sua cultura. A comunidade se expressa em função do que tem — diferente do movimento social reivindicatório, que se manifesta em função do que não tem. Essa manifestação tem uma carga política poderosa, que o pensamento tradicional de esquerda pouco percebeu ao longo da História. A mais importante exceção, pelo menos na tradição marxista, é o Gramsci.

Gramsci percebeu que só há cultura subalterna enquanto as classes populares não são conscientes de si. Vejo esta consciência como algo que vai muito além da idéia de exploração capitalista

O pensador italiano, ativista revolucionário, morto em 1937 com apenas 46 anos, deixou em seu legado teórico essa visão da centralidade da cultura nos processos políticos. E Gramsci não falava em alta cultura e cultura popular. Não via a cultura em termos de hierarquia e também entendia bem a diversidade cultural. Ele falava em cultura hegemônica e subalterna, ensinando-nos que a cultura só é subalterna enquanto as classes populares não tiverem consciência de si. E eu acredito que essa consciência vai além da percepção da exploração capitalista que pesa sobre o trabalhador, foco do pensamento marxista clássico. Vejo na produção artística feita nas periferias urbanas — seja nos fundões miseráveis, seja nas áreas mais estruturadas — um elemento fundamental de afirmação de classe. Afirmar a cultura dos que estão nas beiradas da cidade significa, portanto, produzir um processo político contra-hegemônico.

Tem gente que fala que é necessário “politizar”, por exemplo, as rodas de samba. Ora, é preciso fazer um rebuliço na cabeça de quem pensa dessa maneira. Vá ao Sarau da Cooperifa e ouça poesias feitas por gente que mal domina os códigos letrados e que, por meio dos versos, expressa sua consciência de classe. Em um dos saraus de março, comemorativo do Dia da Mulher, uma senhora negra, magra, com um sorriso do tamanho do rosto pegou o microfone. Na primeira estrofe do poema de sua autoria, o burburinho sumiu. Todo mundo ficou ligado na declamação. Não me lembro o nome dela. Foi a primeira vez que ela apareceu no Zé Batidão. Com um humor desconcertante, esta empregada doméstica contou em seu poema o quanto sofreu na mão das patroas abusadas, até que um dia resolveu dar um pé na bunda de uma delas, largando a “mardita” em seu apartamento de luxo. Eliane Brum estava por lá e ouviu. Esta jornalista tem, como poucos, o dom de ver a vida que ninguém vê. Espero que escreva sobre essa mulher, revelando-nos o quanto a sensibilidade artística pode revolucionar vidas.

Certa vez, uma repórter perguntou ao poeta Sergio Vaz quantos jovens, entre os freqüentadores do sarau da Cooperifa, teriam deixado o crime, depois do contato com a poesia. Vaz, com sua sagacidade impagável, respondeu que não sabia mas que, por outro, lado conhecia dois ou três que entraram no crime depois de terem se tornado poetas. Brincadeira à parte, a gente pode interpretar, com essa fictícia história de poeta criminoso, uma tomada de consciência. Por que uns bacanas podem andar de rolex por aí e eu não tenho o que comer? Essa indagação pode ser o combustível para um delito. Na quebrada, não dá para esperar ter consciência de classe para depois dar um jeito na vida. As vezes é preciso fazer uns corre.

Evidentemente, roubar seja o que for, de quem quer que seja, não é uma virtude. Não quero fazer apologia do crime. Tem muito nóia na quebrada que rouba trabalhador pra comprar droga. O fato é que o roubo, o saque são possibilidades que estão ao alcance dos que nada têm. Certos delitos apóiam-se na miséria. O roubo pode ter motivação de classe. Aliás, o historiador marxista inglês Eric Hobsbawn cunhou a brilhante definição “bandido social” no livro Bandidos. Nesta obra, de 1969, ele fala até do nosso glorioso Lampião, cuja morte completa 70 anos em 2008. O Rei do Cangaço é muito celebrado por artistas da periferia. Você sabia que o nome Ferréz, é inspirado no Virgulino Ferreira? O Reginaldo Ferreira da Silva é fã do Lampião. Quem também rende homenagens ao cangaceiro é o Gaspar, MC do famoso grupo Z’África Brasil. No disco Quem tem cor age, tem um belo rap dedicado ao nosso “bandido social” do Nordeste.

Nada é mais despolitizado que o papo de "inclusão" cultural. Cultura gera movimento, desperta consciências, promove transformações. É prazer, diversão, delícias, encantamento
Retomando a fala do Alfons Martinelli, a questão é que a cultura gera desenvolvimento porque desperta capacidades. A gente só não pode ficar muito no discurso idealista do desenvolvimento humano. Uma concepção que só vê virtude nos que aderem ao projeto de uma ONG, que freqüentam as oficinas de batuque, enfim dos que se alinham naquela visão de “inclusão cultural”. Não há nada mais despolitizado do que esse papo de inclusão. A cultura gera movimentação social, desperta consciências, embrenha processos políticos, promove transformações. E a cultura é prazer, diversão, delícias, encantamento. A cultura tem valor em si. Ela se distingue em função da distinção dos grupos sociais. Por isso falamos de cultura da periferia. E por mais que uma cultura seja representativa de um grupo, ela é sempre universal. Isso, o professor espanhol Alfons Martinelli também nos lembrou, em sua palestra.

É um equívoco querer instrumentalizar a cultura. É um tal de cultura contra a violência, cultura para a educação, cultura pra tirar criança da rua. A cultura virou uma panacéia que serve para tudo. A cultura é um caldeirão de caldo grosso. Nesse caldo tem muito tempero. Tem o doce aroma de ervas verdes mas tem pimenta brava, também. Dele fazem parte diferentes atores sociais, que agem de várias formas. Uns com o pincel ou spray, outros com o tamborim, a dança o canto. E tem os que agem com o canivete ou uma pistola numa mão e a caneta na outra. Faz parte.

O processo social tem que ser visto na sua complexidade. Assim a gente vai perceber que numa localidade pobre, periférica, tem vida cultural brotando — e pode se tornar uma frondosa árvore. Tem muita gente que se diz revolucionária e desqualifica o funk pancadão, por exemplo, esquecendo-se que, com seu desprezo, vai junto o povo que gosta dessa música, ou seja, o povo do qual este suposto revolucionário espera adesão a seu discurso iluminista. É preciso observar a cultura como uma dimensão essencial da dinâmica social. Perceberemos assim que a cultura tem centralidade nos processos políticos. Para isso, basta a gente ver a cultura pelo que ela é — e não por aquilo que a gente quer que ela seja.

*Eleilson Leite é colunista do Caderno Brasil de Le Monde Diplomatique.

21 de abril de 2008

Khrystal na estrada

Após terminar o seu show EU SOU O SAMBA na próxima Quinta-Feira dia24.04 no Galpão 29 no Largo da Rua Chile na Ribeira, a cantora Khrystal segue direto para o Aeroporto e voa para Porto Velho/Rondônia, lançando seu disco COISA DE PRETO no SESC daquela cidade do Norte do Brasil. O COCO, ritmo genuinamente potiguar é o mote da noitada e KHRYSTAL segue com sua banda com Ricardo Baia na guitarra, José Fonte no contra-baixo,Sami Tarik e Kleber Moreira nas percussões e Jaildo Gurgel na bateria. O SESC/RN e A POTIGAS estão apoiando esta empreitada cultural.

Programação do Praia Shoping em homenagem a bossa nova

É com 15 shows que o PRAIA SHOPPING MUSICAL desde Quarta-Feiradia 16, homenageia os 50 ANOS DA BOSSA NOVA, que teve no POTIGUAR(MACAUENSE) HIANTO DE ALMEIDA, um dos seus precussores. A primeiragravação solo de João Gilberto MEIA LUZ em 1952, e um dos primeirosarranjos de TOM JOBIM gravado, 1955, MUIE DE OIO AZUL, era do homem dasterras do sal.Hianto de Almeida morreu em 1964 e não viu o auge do queele ajudou a plantar. Vamos homenagea-lo na medida do possivel cantandoalguma de suas canções ao longo dos 15 shows. O HOSPITAL DO CORAÇÃO E O SESC/RN apoiam esta empreitada. Vamos aos shows desta semana:
21.04 - DIANA CRAVO 20HS
22.04 - EDJA ALVES 20HS
23.04 - GMP TRIO 20HS2
4.04 - ANGELA CASTRO
20:30HS25.04 - TANIA SOARES
20:30HS26.04 - CIRLEIDE ANDRADE
20:30HS27.04 - EDUARDO TAUFFIC E TRIO 20HSGratoZé Dias

19 de abril de 2008

Foto Janeiro 2007 - Redinha - Fábio


I Semana de Manifestação Indígena discute questão do índio no RN

I Semana de Manifestação Indígena discute questão do índio no RN
Programação vai até o dia 24 de abril com audiências públicas, mostras de vídeos e exposições.
Está sendo realizada em Natal desde quarta-feira (16) a I Semana de Mobilização Indígena, uma realização conjunta da Fundação José Augusto (FJA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Grupo Indígena Paraupaba.A programação propõe uma reflexão em torno da questão do índio no Rio Grande do Norte. Durante a Semana de Mobilização, estão previstos a realização de audiência pública, mesa-redonda, exposições fotográficas, mostra de vídeos, além de debate com participação das comunidades indígenas do estado. Também participam do evento os movimentos indígenas da Paraíba e a Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME).A programação oficial se estende até o dia 24 de abril, quando acontece uma audiência pública com representantes de tribos indígenas do Estado. As exposições fotográficas ficam abertas até o dia 30 de abril.Confira programação da I Semana de Mobilização Indígena:18/04 - Sexta-feira15h às 17h - Mostra de vídeos etnográficos:“Cantofa e Jandi – encenação gravada em DVD - Grupo de teatro ‘Guerreiros da Serra’” “Cunha-ú e Uruaçu: uma história de massacres”Atividade lúdica: Recreação/GincanaContação de Históras: “A exploração do pau-brasil”- com Silena Rocha17h - Apresentação do Coral ASSEFAZ – Regente: Thiago Galvão.Local: Museu Câmara Cascudo24/04 - Quinta-feira9h às 12h30 - Audiência Pública:“Comunidades Indígenas no Rio Grande do Norte: afirmação de suas identidades”. Local: Plenarinho da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte.14h - I Encontro das Comunidades Indígenas no RNDebate – “Mobilização Indígena no RN”.Local: Pátio do Museu Câmara CascudoExposições no Museu Câmara Cascudo: De 16 a 26/04: “Etnobotânica” - utilização social de plantas pelos indígenas brasileirosDe 16 a 30/04:Exposição Fotográfica “‘Ore-Rová’: nossa cara, nossa gente”. Horário de visitação: 8h às 17h.*Com informações da Assessoria de Comunição/FJA

Escambo em Umarizal

Escambo Popular movimenta Umarizal neste feriadão
Edição deste ano trouxe o teatrólogo Amir Haddad para falar sobre teatro de rua.
Por Alex de Souza
Divulgação

Escambo leva arte para as ruas, buscando integração com a população.Começou ontem (18) e prossegue até o meio-dia de segunda (21) a 23ª edição do Festival Escambo Popular de Rua, que este ano está sediado em Umarizal, município do Oeste potiguar, localizado a 400 quilômetros de Natal. A cidade, que de acordo com o último censo tem pouco mais de 11 mil habitantes, amanheceu com 400 visitantes vindos de diferentes pontos do país. São artistas que estão na cidade para trocar informações e fazer muitos espetáculos. “Ontem, fizemos um sarau com muita poesia, que foi até 2h da madrugada”, informa o ator Joelson de Souto, da Cia. Arte e Riso, que articulou a edição deste ano. São representantes de mais de 60 grupos vindos de cidades vizinhas e de outros estados, como Paraíba, Pernambuco, Ceará, Maranhão, São Paulo e Santa Catarina. “Aqui não tem esse negócio de levar o artista até o povo. Aqui, os artistas são o povo. Temos grupos de teatro de bairros carentes, comunidades rurais, assentamentos agrícolas, comunidades indígenas”, enumera Souto. O ator garante que a integração com a população da cidade é total. “Tem gente até querendo tirar o pessoal dos alojamentos para hospedar em casa. É fantástico”, comemora. Na programação de hoje (19), os artistas promovem vivências e oficinas até meio-dia. Às 14h, será realizada uma roda de cena, com apresentações de espetáculos teatrais no ginásio da cidade, no chamado Circo do Escambo. À tarde, por volta das 16h, as trupes seguem em cortejo ao bairro São José, na periferia de Umarizal, onde encenam mais três espetáculos. Nova rodada de espetáculos às 19h e, às 22h, sarau, com show da banda cearense Flor de Caktus. Este ano, a programação conta com a presença do teatrólogo Amir Haddad, mestre do teatro de rua brasileiro. Haddad, um dos fundadores do Teatro Oficina, ministra uma palestra-show durante o evento. O Escambo Popular surgiu em 1991, por iniciativa dos artistas Ray Lima e Júnior Santos, no município de Janduís. A proposta é levar atividades artísticas e educativas a lugares carentes, como sítios, assentamentos, favelas e bairros populares das pequenas e médias cidades do Ceará e Rio Grande do Norte. Esta edição do Festival conta com a parceria da Prefeitura Municipal de Umarizal, Fundação José Augusto, Petrobras e da cearense Fundação Brasil Cidadão. O Escambo, pelo terceiro ano consecutivo, tem patrocínio do Programa BNB de Cultura.URL :: Fonte nominuto.com

Boletim do Minc - 18/04

SEMANA DOS POVOS INDÍGENAS
No Brasil, segundo dados da Fundação Nacional do Índio (Funai), existem cerca de 215 povos índígenas, o que representa a maior diversidade cultural entre populações nativas da América Latina. O Dia do Índio, comemorado oficialmente em 19 de abril, têm prestado homenagem a todos esses povos sendo, na atualidade, data que chama atenção da sociedade para o debate das questões indígenas.
A luta pela terra, pela expressão de suas variadas culturas e a busca por um maior protagonismo social torna-os plenos cidadãos brasileiros, sujeitos ativos na contemporaneidade. O Dia do Índio amplia o debate nacional sobre políticas públicas direcionadas aos povos indígenas, partindo de uma reflexão sobre a tragetória histórica de lutas e reinvidicações.
Este boletim tenta contribuir na divulgação das ações realizadas pelo País, em prol do fortalecimento dos debates. Que a comemoração seja, pra'lém das conquistas alcançadas, também pela reflexão, que demonstra o longo caminho ainda a percorrer.
ALAGOAS
No Estado que concentra 11 nações indígenas, a data começou a ser celebrada no dia 14, quando teve início o Encontro com a Cultura Kariri-Xocó. O evento propõe o diálogo entre a sociedade e as tribos através das linguagens artísticas, como exposição fotográfica, sessão de filmes, apresentação cultural, além do diálogo direto com a tecnologia, na proposta do Ponto de Cultura Índios Online, ligado à ONG Thydewas. O Encontro com a Cultura Kariri-Xocó segue até amanhã (19), das 14h às 17h, no Memorial a República, em Maceió. Outras informações:
http://www.indiosonline.org.br/.
BAHIA
Na Galeria Solar Ferrão, em Salvador, acontece a exposição "Máscaras que Tocam". A mostra é fruto de investigações, pesquisas e levantamentos efetuados em diversos países, integrando a tradições cultural e oral das etnias indígenas. Segue aberta ao público até 4 de maio, de terça a sexta-feira, das 9h às 18h, e sábados e domingos de 13h às 17h - Rua Gregório de Mattos, 45 - Pelourinho. Outras informações:
www.cultura.ba.gov.br/.
A Jornada de Cinema da Bahia abre o período de mostras especiais, que antecedem o evento principal em setembro, com a exibição de um programa dedicado à resistência indígena na América Latina. A Sala Walter da Silveira (Barris) acolhe, de hoje (18) ao dia 24, em sessão às 20h, a mostra da Pré-Jornada, exibindo documentários integrantes da série "Onde Está a América Latina?", além do filme documental "Povos Resistentes", realizado na Bahia por Menandro Ramos. Entrada franca. Programação e outras informações:
www.cultura.ba.gov.br/.
DISTRITO FEDERAL
Em Brasília, se realiza o Memorial dos Povos Indígenas, evento marcado por debates, exposições, pinturas corporais, venda de artes indígenas, cantoria, lançamento e exibição de filmes. O evento espera a participação de pelo menos quatro etnias indígenas brasileiras e as atividades serão coordenadas pelo Memorial dos Povos Indígenas (MPI/DF) e pelo Comitê Intertribal (ITC). Está programado para amanhã (19), último dia de atividades, a partir das 8h, a solenidade em comemoração ao Dia do Índio, com o hasteamento da Bandeira Nacional, a inauguração do Telecentro Intercultural, estabelecido com apoio das Nações Unidas (ONU), e a apresentação de alguns rituais. A Semana dos Povos Indígenas segue até às 18h, no Memorial dos Povos Indígenas (Praça do Buriti). Outras informações: (61) 3344.1155.
MARANHÃO
Teve início no dia 15, a Semana dos Povos Indígenas no Estado. Sob o tema "Direitos Humanos e Políticas Indígenas", o objetivo foi também celebrar os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Temas relacionados à saúde, educação e meio ambiente têm sido discutidos em debates. Hoje (18), último dia de discussão, acontece a mesa redonda "Territórios Indígenas, Mudanças Ambientais e Desenvolvimento", a partir das 14h. Até amanhã (19), no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho e no Teatro João do Vale, fecham a programação apresentações culturais e mostra de filmes e vídeos etnográficos. Outras informações:
www.ma.gov.br/.
PERNAMBUCO
O ciclo de debates História e Culturas Indígenas – Caminhos e dilemas contemporâneos vai abordar temas como religiosidade, saúde, relações sócio-ambientais e resistência indígenas. Os debates acontecem de 22 a 28, das 14h às 18h, no Museu de Arte Moderna Aluisio Magalhães (Rua da Aurora). A programação inclui ainda exibição de vídeos. Programação e outras informações: (81) 3232.2834.

O Museu do Estado de Pernambuco promove duas palestras voltadas à discussão de questões territorias dos povos indígenas em Pernambuco. A primeira palestra aconteceu ontem (17), debatendo sobre o sentido da territorialidade no exercício da liderança entre os índios Truká. Para hoje (18), a partir das10h, acontece a conferência sobre as memórias orais e os registros escritos dos índios Xucuru de Pesqueira. O evento é gratuito e acontece no auditório do Museu do Estado - Av. Rui Barbosa, 960, Graças. Outras informações: (81) 3427.9322.
Já a ONG Opção Brasil, em parceria com a Livraria Saraiva, promove o Projeto Índios na Cidade. O evento propõe um bate-papo com as índias Tupinambá Yakuy e Ivana, oficinas de pintura corporal, leitura de contos indígenas e exibição de vídeos. Amanhâ (19), às 15h30, na Saraiva Mega Store (Shopping Recife). Outras informações: (81) 3464.9393.
RIO DE JANEIRO
Em audiência pública realizada no dia 14, o Museu do Índio empossou os novos conselheiros do Conselho Consultivo e assinou o acordo entre a Funai e a Associação Indígena Kuikuro, do Alto Xingu-Aikax, para a criação do acervo digital da cultura do povo Kuikuro. Também foi aberta a Oficina de Papel, voltada para os Guarani do Estado, as novas instalações do Centro de Processamento de Dados e do Espaço de Criação – voltado para o atendimento ao público infantil.
Hoje (18), às 19h30 O museu abre a mostra "Ritual da imagem: arte Asurini do Xingu", que ocupa o Espaço Museu da Aldeia. Os índios Asurini demonstrarão as danças do ritual Turé, quando choram os mortos. Na exposição, peças de cerâmica, grafismo, pintura corporal e ritual, oriundos tanto do acervo (1978-1982) quanto da produção contemporânea da etnia. Vídeos apresentam aos visitantes as etapas de criação da arte gráfica Asurini utilizada nas pinturas corporais e na decoração de objetos. A exposição segue até julho, de terça a sexta-feira, das 9h às 17h, sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h, no Museu do Índio - Rua das Palmeiras, 55 - Botafogo. Outras informações:
www.museudoindio.org.br/.
RIO GRANDE DO NORTE
Segue até o dia 24, a I Semana de Mobilização Indígena, que propõe uma reflexão em torno da questão do índio no Estado. Além dos debates, estão previstas a realização de audiência pública, mesa-redonda, exposição fotográfica e mostra de vídeos. Também participam os movimentos indígenas da Paraíba e a Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME). Outras informações: (84) 9986.6182.
SERGIPE
Termina hoje (18), na Biblioteca Municipal Ivone de Menezes, em Aracaju, as comemorações da data indígena. Com o objetivo de valorizar a cultura dos nossos primeiros habitantes, a programação incluiu palestras, mostras, oficina de artesanato e adereços indígenas, e a audição de histórias infantis. Hoje, as atividades começam às 9h, com a palestra Índios em Sergipe, direcionada ao público infantil. Às 10h, a oficina de artesanato e adereços fecha a programação. Outras informações:
www.aracaju.se.gov.br/.
Pesquisa e redação: Rute Pajeú
rutepajeu@gmail.com
Edição: Assessoria de Comunicação RRNE MinC ascom.minc.ne@gmail.com

Lula recebe de Cripiniano Neto uma revista Preá e uma caixa com cordeis sobre Cascudo - 15/04/08


Artigo Crispiniano Neto - defato 13/04/08

Falando de luxo, de mel e de venenoÀs vezes fico impressionado com o julgamento precipitado que alguns colegas fazem das atitudes dos gestores. A colega Eliana Lima avalia em nota na sua coluna na Tribuna do Norte que é luxo a Fundação José Augusto adquirir uma caminhonete cabine dupla. Com certeza a colega não sabe que a direção da FJA renunciou a um Santana e um Corsa Sedan locados para o Diretor Geral e adjunto andarem e já faz um ano que os dois se deslocam em precários Unos Mille em inúmeras viagens por todo o território potiguar, por onde se espalham 22 casas de cultura em funcionamento e 23 em construção ou com suas obras sendo retomadas. Claro que ela não sabe nem quer saber que o diretor-geral adquiriu um transporte próprio para andar em Natal, dispensando o chamado "carro do presidente", não fazendo nenhum deslocamento que não seja a serviço, em carros da instituição, inclusive fazendo alguns deslocamentos a serviço da fundação em carro próprio, sempre que, em horas de expediente os precários "milles" estão em alguma missão urgente. Esse tipo de julgamento que tenta desmoralizar os gestores por pura mania de falar contra, acaba desmoralizando o tipo de jornalismo maledicente que alguns colegas resolveram praticar pensando que estão fazendo grande coisa como uma geração inteira fez quando combatia a ditadura ou faz quando denuncia o que de fato está errado. Infelizmente, alguns colegas bem intencionados, como creio ser o caso de Eliana, acabam descambando no pantanal onde rasteja uma corja de colegas que vivem de jabá sendo pagos para bajular quem lhes paga, criticando gratuitamente quem não lhes paga, por acharem que esta atitude covarde pode lhes garantir a pose de profissionais críticos e independentes. Não digo que seja o caso de Eliana, mas estranho que diante de tantas ações positivas que vêm recuperando a imagem da Fundação José Augusto em mais de um ano, ela só tenha encontrado notícias negativas e só tenha construído opiniões depreciativas sobre uma administração que ela não conhece, não viu e não gostou. Notas poucas e ruins. Estreou criticando uma viagem que o diretor geral fez a Portugal com tudo pago pelos portugueses. Sem custar um único centavo ao erário potiguar. Esse tipo de jornalismo feito com o fígado não ajuda em nada a imprensa a cumprir seu papel. Sequer ajuda a alertar a sociedade sobre os erros dos gestores, pois de tanto criticar nada, de atirar no que não vê e acertar no que não existe, de tanto jogar maduras tentando colher podres, acaba perdendo a credibilidade e o respeito e quando tem uma crítica séria a fazer, já não tem quem acredite. Sinceramente, fico triste que uma moça com tanto espaço possa aproveitá-lo tão mal. Que mesmo tendo a oportunidade de falar de bem ou de mal, mas com fundamento, insista na provocação inconseqüente, na acusação inconsistente e na denúncia vazia. Já que esta é sua opção de estilo, que Deus a conserve assim, com mel demais para os do seu gosto e muito ferrão para seus sacos de pancada. Como apicultor, aprendi a aproveitar bem as fantásticas qualidades do mel, da própolis, da geléia real e, por que não também, da cera e do veneno das abelhas?

Como elaborar projetos culturais

O desafio de elaborar e viabilizar projetos culturais.




















2008




1) O UNIVERSO CULTURAL

Edward Taylor (1832-1917) criou o vocábulo inglês “CULTURE”, unindo o termo alemão “KULTUR” (aspectos espirituais de uma comunidade), com a palavra francesa “CIVILIZATION” (realizações materiais de um povo).

A cultura pode ser entendida como “o conjunto de valores e modos de comportamento de um povo”. Sob esse ponto de vista, tudo o que compõe o “modus vivendis” desse povo reflete a sua cultura: dos costumes às tradições, da moral às leis, da religião à ciência e tecnologia, da educação à arte, da divisão das classes sociais à estrutura política, da arquitetura à decoração, do vestuário à culinária.

Cultura também pode significar o desenvolvimento intelectual de um indivíduo, o que engloba conhecimento adquirido, raciocínio, espírito crítico e sensibilidade aprimorada. Nesse sentido, dois fatores são diretamente responsáveis pela formação cultural de alguém: a educação que recebe e o ambiente cultural em que vive.

Por outro lado, um ambiente cultural é um dos fatores mais enriquecedores para a formação do ser humano, independente do nível sócio-econômico ao qual pertença. Entende-se por ambiente cultural aquele permeado pela liberdade de expressão e pelo questionamento crítico sobre as coisas, de modo que o indivíduo possa construir um “olhar” sobre si próprio e sobre a sociedade – e assim possa atuar de forma transformadora. Certamente as Artes são canais perfeitos para se compor essa ambiência cultural, pois levam o homem a experimentar emoções, prazer e novas vivências.

Nós dividimos o universo cultural em cinco conjuntos, que interagem entre si para facilitar a compreensão das áreas que envolvem o Mercado Cultural.

Cultura-Conhecimento

A definição clássica de conhecimento, originada em Platão, diz que ele consiste de crença verdadeira e justificada. Aristóteles divide o conhecimento em três áreas: CIENTÍFICA, PRÁTICA e TÉCNICA.

Cultura-Identidade

O patrimônio histórico e a tradição, seja de um povo, de uma comunidade ou até de uma empresa, formam um importante suporte de sustentação da sociedade. Por isso a preservação de prédios antigos, igrejas, monumentos, praças, documentos, fotografias, livros, filmes, objetos e tudo o mais que possa compor o acervo histórico de um grupo, mais do que manter a sua memória ativa, contribui para a construção da sua identidade cultural e deve ser valorizada.

A Cultura-Identidade envolve os valores humanos, de raiz, os comportamentos, características e tradições de grupos e comunidades; envolve a preservação e a difusão de acervos, os espaços de memória, os grandes museus e todas as residências, das mais sofisticadas às mais simples, em cujo interior exista ambiência cultural, aqui compreendida como reflexão sobre si mesmo, o outro e os caminhos da sociedade.

A Leitura da Identidade

Se a educação ensina a ler e escrever, a cultura ensina a enxergar o mundo. Enxergar a si mesmo, os outros, o lugar onde se vive, o estado, o país onde se está e os outros povos.

A Identidade não é uma marca perene, mas um traço que se renova, que permite uma leitura de uma pessoa, de um prédio histórico, de uma obra de arte, de um lugar e de uma sociedade. Ela se manifesta, mas a inconsciência humana quase não a percebe. A Cultura, as artes, que desenvolvem a sensibilidade, ajudam a enxergar.

Enxergar a identidade cultural pode ser um ato de descoberta de oportunidades de negócio no mercado cultural. Pode-se “ler” um bairro, para descobrir suas características, os anseios manifestos e latentes da comunidade, para em seguida criar projetos que atendam esses anseios. O que vier da emoção mais sincera é cultura, é inspiração para poetas, dançarinos, atores, pintores, músicos e empresários, políticos, dirigentes, economistas e todos aqueles que trabalham no sentido do desenvolvimento humano e social.

Cultura-Atividade

Quando as formas de manifestação de um indivíduo ou grupo, dentro de sua comunidade, constituem-se em atividades culturais, através de produtos ou de eventos, ocorre a Cultura-Atividade. A Cultura-Atividade é fundamental para a criação dos ambientes culturais. Certamente, isso só se afirma de fato, quando ambos os processos – o de Cultura-Identidade e o de Cultura-Atividade, complementam-se na comunidade.

A Cultura-Atividade envolve as manifestações artísticas, como os espetáculos de teatro e dança, os shows e apresentações musicais, as exposições de pintura, escultura e fotografia, a exibição de filmes e vídeos, os lançamentos de livros, as festas, feiras de artesanato, palestras, cursos, seminários, oficinas de arte e todos os eventos artísticos e culturais.

O Mercado do teatro, em todo o Brasil tem aberto novas portas, quando se percebe sua importância na formação de todo e qualquer indivíduo. O teatro na escola, o teatro na empresa, o teatro como terapia, o teatro na dança dando linguagem aos movimentos, o teatro de rua, o teatro de bonecos, o teatro na prevenção da saúde, o teatro na terceira idade, o teatro e o circo sem animais. São inúmeras as possibilidades de novos mercados para o teatro. Falta apenas estudar melhor estes caminhos, elaborar bons projetos e montar estratégias de marketing para que sejam viabilizados.





Cultura e suas Interfaces

O universo da cultura não se limita à expressão artística, abrangendo também muitas outras áreas. Os produtores culturais devem estar atentos a isso, pelo potencial multiplicador de projetos a serem realizados.

A Cultura tem potencial de interseções com outros mercados, criando novas opções de trabalho. Tem interface com o Turismo no Turismo Cultural, com a alimentação na gastronomia típica, com os esportes, com o lazer, com a área social em trabalhos de construção da cidadania, com a educação na criação de “ambiências culturais” nas escolas, com a saúde na prevenção de doenças, com o urbanismo na preservação do patrimônio, nas manifestações da arte pública e na criação de corredores culturais, com o meio ambiente na formação de uma mentalidade voltada para a proteção dos ecossistemas, com a moda na criação de estilos e comportamentos, com as religiões no artesanato religioso e na cultura mística, e pode vincular-se a muitas outras áreas e mercados importantes para o desenvolvimento da economia nacional.

Cultura-Negócio

Ao se tornar uma atividade produtiva, a cultura passa a ser regulada pelas leis de mercado, assim como qualquer outra atividade comercial. Para muitos, em algumas áreas, este fato fere os princípios culturais e artísticos. Para outros é o único caminho da sobrevivência possível.

Como responder a pergunta:

Como se pode viabilizar um projeto ou produto cultural na sociedade, sem que isto signifique um aviltamento do processo criativo?

Se dá na construção de caminhos capazes de ligar nosso projeto ou produto original a patrocinadores e investidores, a mídia e à sociedade. Uma via, sempre de mão dupla, de troca, apaixonante de se percorrer e capaz de se tornar auto-sustentável, e de eliminar, de uma vez por todas a velha figura do produtor cultural com o “pires na mão”, mendigando patrocínio.

A construção de um mercado cultural ético, diferenciado e eficiente. Um mercado onde a competição é substituída pelo trabalho em parceria, onde o marketing não é venda, nem publicidade, mas o encontro de um conjunto inteligente de estratégias de captação de recursos e de valorização da criatividade. Onde não se “vende” um projeto, mas se apresenta uma proposta de real importância e interesse para o patrocinador, para a mídia e para o público.

2) Processo da criação de uma produto/serviço do mercado cultural

Algumas atividades que englobam todo o processo produtivo são fundamentais para o lançamento bem sucedido de qualquer produto num mercado, ou para a construção de um mercado para aquele produto. Isso não poderia ser diferente no processo da produção cultural, que deve procurar seguir as seguintes etapas:

Pesquisa e Levantamento de Dados – o trabalho de pesquisa no mercado cultural pode ser assim dividido:

Pesquisa Técnica – coleta de dados e informações para embasar um projeto que se deseja realizar.

Pesquisa de Mercado para Busca de Temas – consiste na leitura diária dos fatos, quer através dos veículos de informação, quer por meio de encontros, fóruns, seminários, palestras, reuniões temáticas para exploração de assuntos específicos, informações obtidas na Internet, análise de questões que circulam nos ambientes populares.

Com base nestes temas são então desenvolvidos projetos de música, teatro, dança, literatura, artes plásticas e outros.

Pesquisa de Mercado sobre o Produto Cultural – consiste na leitura do produto cultural sob o ponto de vista do mercado. Objetiva saber a que público o produto se destina, de que forma o atinge, que valores humanos positivos permite que sejam agregados à imagem institucional de uma empresa patrocinadora/parceira, como se comporta diante de outros produtos/serviços similares lançados no mercado (ou se é algo inovador), qual a melhor época e o local mais adequado para o seu lançamento, ao lado de outras informações que também sejam necessárias coletar. Esta pesquisa pode ser realizada através da busca direta de informações e estatísticas, através de contatos pessoais e entrevistas, bem como através de reuniões em grupo, ou em trabalhos qualitativos.

Pesquisa sobre o Patrocinador consiste em se conhecer os objetivos de marketing das empresas que patrocinam atividades culturais. O objetivo é vir, a saber, quais os critérios destas empresas na escolha de projetos, quem é o executivo que decide e quais são os prazos para decisão, que tipo de projetos já foram patrocinados, que leis de incentivo utilizam e outras informações necessárias para se criar, ou encontrar no mercado, projetos que atendam a estes requisitos.

O trabalho de pesquisa de mercado ainda não é um hábito comum entre aqueles que atuam no setor cultural. Mas esta tarefa prévia é fundamental, mesmo que seja apenas para encontrar, através da simples leitura de uma obra de arte, o perfil do público a que ela se destina.

A pesquisa também pode se dirigir para a descoberta de oportunidades de negócios culturais, como a necessidade declarada de produtos culturais que emergiu nos últimos anos em todos os segmentos da cultura.

Identificação da Demanda – com base na pesquisa, no estudo do mercado, identifica-se uma série de possibilidades de projetos, de oportunidades de negócios ou de motivos para criação cultural.

Projeto Básico – decorrente da Pesquisa de Mercado, consiste na elaboração de um projeto com a idéia inicial e a descrição do produto ou evento cultural originário dela. Nele devem constar também o planejamento da produção, o detalhamento dos custos (orçamento) e a relação da equipe que vai executá-lo. Sua função é dar forma e organizar a idéia inicial.

A Engenharia de Marketing Cultural , praticada pelo ICCV, trabalha sobre o Projeto Básico, incorporando a ele conhecimentos de mercado e as estratégias de aproximação da empresa. Em síntese, fornece os subsídios necessários para a elaboração do Projeto de Apresentação ao Patrocinador.
Tendo como ponto de partida os resultados das pesquisas, abrange a análise dos elementos envolvidos: aprofunda-se a visão do produto cultural ou do projeto que o representa, verifica-se os pontos fortes da trajetória do artista ou do autor e também baseia-se em subsídios obtidos em conversas com as equipes técnica, artística e de produção. Define-se o perfil do público, estuda-se o local e o período mais adequado de lançamento e avalia-se os riscos.
Nesta etapa são definidos os conteúdos (valores positivos) que serão agregados à imagem institucional do possível patrocinador e/ou a seus produtos, para entrar em sintonia com seus objetivos de marketing. Deve-se também analisar as possibilidades concretas de retorno para o patrocinador.

Com base nesse conjunto de informações, determina-se uma lista dos patrocinadores prováveis e são estabelecidos os melhores caminhos de aproximação com os executivos que recebem e avaliam projetos culturais. Vale a pena estudar os perfis psicológicos de quem decide e que pessoas influentes podem nos auxiliar na conquista do patrocínio.

Lembramos que o Marketing também pode fazer o caminho inverso: partir do patrocinador ou das informações do mercado para encontrar o produto cultural adequado. Fundamentalmente, ela consiste na construção dos caminhos de identidade e interesse que ligam o projeto inicial a seu público, ao patrocinador e a mídia. Cria vínculos no projeto que possam atender às necessidades do patrocinador e ao interesse dos veículos de comunicação.

Enquadramento em Lei de Incentivo – consiste no preenchimento de formulários padronizados pelo poder público para solicitar o enquadramento em uma ou mais leis de incentivo à cultura. O incentivo fiscal é uma grande vantagem, tanto para o patrocinador quanto para o patrocinado, pois permite àquele que abata um determinado percentual do imposto devido (ou a totalidade do valor do projeto), quando investe em marketing cultural. As leis de incentivo fiscal serão melhor explicadas mais à frente.

Criou-se uma mística em torno dos incentivos fiscais: a de que os processos são burocráticos demais e que as empresas são fiscalizadas quando utilizam incentivos. Nada disso é verdade! A verdade é que as empresas que as utilizam reconhecem a importância do retorno de seus investimentos para o fortalecimento de suas imagens institucionais, fixação de suas marcas e crescimento da venda de seus produtos.

Não recomendamos que um projeto cultural seja apresentado utilizando-se como principal argumento apenas o fato de estar enquadrado numa lei de incentivo. O incentivo, como o próprio nome diz, deve ser visto apenas na sua dimensão de estímulo.

É importante lembrar que o nosso trabalho é o de viabilizar produtos culturais e artísticos, que contribuirão para uma construção de um Estado e de um país mais humano.

Projeto de Apresentação ao Patrocinador – consiste no resultado final da incorporação, ao Projeto Básico, das estratégias (engenharia de marketing) definidas na fase anterior para apresentação aos potenciais patrocinadores, em linguagem comercial, clara e objetiva. Um projeto de venda deve ser o mais completo possível, trazendo o orçamento com o respectivo cronograma de desembolso, assim como, seu cronograma de execução. Deve também possuir uma boa apresentação visual e texto correto.

Fontes de Recursos do Mercado Cultural

São as seguintes, as fontes de recursos do mercado cultural:

l Venda Direta de Produtos – provenientes de ingressos e aquisição de obras (quadros, esculturas, fotografias, CDs, vídeos, livros, gravuras, peças de artesanato e outros);

l Recursos Públicos – provenientes do erário público para o desenvolvimento de atividades culturais e fortalecimento da identidade cultural, de acordo com a política de cada governo (Município, Estado e União);

l Recursos Incentivados – provenientes das leis de incentivo à cultura – podem ser repassados diretamente pelo poder público, através dos Fundos de Cultura (Municipais, Estaduais ou o Fundo Nacional de Cultura) ou do regime de Mecenato. Os recursos são repassados por empresas, que descontam o valor do projeto, no todo ou em parte, dos impostos (IR – Imposto de Renda, no caso das leis de incentivos federais; ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, no caso das leis de incentivo estaduais; ISS – Imposto sobre Serviços, no caso das leis de incentivo municipais, sendo que algumas leis permitem descontos no IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano);

l Patrocínios – dentro do regime de Mecenato, são os recursos provenientes das empresas privadas, que os utilizam, principalmente, para o fortalecimento da imagem institucional, obtenção de mídia positiva, fixação de marcas de produtos, aumento das venda de produtos, conquista da simpatia dos formadores de opinião ou para alcançar maior integração com a comunidade onde a empresa se insere (o que caracteriza um patrocínio, segundo as leis de incentivo, é o fato de que as empresas podem fazer propaganda do seu investimento em projetos culturais). Pela lei federal, a Lei Rouanet, pessoas físicas também podem patrocinar projetos culturais e descontar parte do valor do Imposto de Renda;

l Doações – provenientes da oferta gratuita de recursos, bens, materiais e serviços, por empresas ou pessoas físicas, sem o retorno da divulgação (o doador fica no anonimato);

l Permutas ou Apoios Culturais – provenientes de trocas de materiais e/ou serviços das empresas por divulgação da imagem institucional ou marca de produto. Sua vantagem é permitir a diminuição dos custos do projeto cultural;

l Investimentos – provenientes de parcerias com retorno de recursos (lucro) para ambas as partes envolvidas (é o caso da Lei do Audiovisual, que incentiva a produção de filmes brasileiros: as empresas que compram Certificados de Investimento em Audiovisual, ajudando a realizar uma película, podem abater o dinheiro investido do Imposto de Renda e ainda participam dos lucros obtidos pelo filme, proporcionalmente ao número de Certificados adquiridos.



3) MARKETING CULTURAL

Uma das definições: O marketing cultural é um conjunto de estratégias, capazes de construir caminhos de identidade que liguem um produto cultural a um patrocinador e a este aos seus diversos públicos;

Na medida em que a produção cultural se constitui em uma atividade produtiva, passa a se utilizar de mecanismos de mercado, normais a qualquer outra atividade comercial.

O marketing engloba todo o conjunto de atividades em torno de um produto, da sua idealização até o consumo. Equivocadamente, e muitas empresas já pagaram caro por isso, ele foi durante muito tempo utilizado unicamente como instrumento de venda. Sua real atuação deve ser oposta a isso, pois sua principal função é definir o perfil do cliente – suas aspirações, motivações e necessidades – para atendê-lo e satisfazê-lo. Para tanto, o marketing deve orientar a relação produto/consumidor, de modo vantajoso para ambos os lados.

O público hoje pode escolher o que comprar dentro de uma extensa gama de ofertas no mercado cultural e do entretenimento. Isso redimensionou o papel do marketing, cujos profissionais passaram a voltar suas ações para possibilitar a oferta do produto certo, para o público certo, no momento certo, com a qualidade certa, da maneira certa e com o preço certo, de modo a satisfazer o consumidor. Mas, atualmente, há vários produtos similares preenchendo todos esses quesitos, o que leva o marketing ao novo desafio de conquistar a fidelidade do cliente a uma determinada marca, entre muitas outras concorrentes.

Todo esse processo de marketing também se aplica ao universo da produção cultural. Deve-se procurar responder a algumas perguntas:
· Quem é o meu público?
· Que empresas investem em cultura?
· O meu público é o mesmo que a empresa pretende atingir?
· Que conteúdos subjetivos do produto cultural transfere para a imagem institucional ou para os produtos do patrocinador?
· Qual o retorno que o patrocinador potencial espera ao investir no marketing cultural?
· Como meu projeto pode ser realmente vantajoso para essas empresas?
· A empresa se beneficia de alguma lei de incentivo?
· Os custos para a realização do projeto são compatíveis com o patrocinador?

A partir das respostas a essas e outras questões, poderá criar um diferencial para o seu projeto, selecionar as empresas que realmente tenham afinidade com ele, criar “ganchos” que não alterem a essência de sua obra e possam, ao mesmo tempo, se tornar atraentes para a empresa.

Como construir um caminho de mão dupla, entre o produto e os interesses de um patrocinador?

Muitas vezes o artista, o produtor cultural e até as empresas têm dificuldades em elaborar essas estratégias sozinhos, mas eles podem contar com assessores de marketing cultural devidamente capacitados para isso.

Marketing Institucional ( Posicionamento)

O marketing institucional acontece quando o conjunto de estratégias adotado por uma empresa é voltado para formar uma imagem positiva da organização ou marca do produto que fabrica, diante do público em geral.
Isso se faz agregando à imagem, da empresa ou do produto, valores que são positivos para os consumidores.

Petrobras = Empresa de energia e maior investidora na Lei Rouanet
CCBB
Itaú Cultural
É o caso do Bank Boston, Mercedes-Benz, Carlton e Natan, que denotam refinamento e sofisticação patrocinam eventos para esse público.

Marketing Cultural/Esportivo/Recreativo/Social

As empresas, ao associarem seus nomes a projetos culturais, têm uma preciosa maneira de agregar valor à sua marca. Com a cultura, também chamam a atenção do público, pois mexem com a sua emoção e sensibilidade. Assim, o marketing cultural – desdobramento do institucional – ganha cada vez mais terreno, devendo por essa razão ser objeto de estudo e de trabalho dos agentes culturais.

Da mesma forma que o marketing cultural, o marketing esportivo, o recreativo e o social também representam, para as empresas patrocinadoras, um valioso meio de agregar valor à marca e de mobilizar de forma positiva os sentimentos do público, fazendo todos interface entre si.

Uma empresa que patrocina uma competição esportiva, agrega a sua imagem valores ligados a saúde, competição, garra, vitalidade e vitória. Uma empresa que patrocina a dança, agrega à sua imagem valores ligados a: saúde, vida, beleza, plasticidade e emoção.

Caminhos do Marketing

Podemos partir de três pontos principais para montar nossas estratégias de marketing nas áreas da cultura:


Partindo do Produto ou da Idéia na Forma de Projeto:

Neste caso, o produto (ou projeto de um produto) está concluído. Na “equação” básica do mercado precisamos encontrar: o patrocinador, a mídia e o público, pois partimos de um produto pronto. Nessa hipótese, parte-se para as primeiras perguntas básicas:
Ÿ Que conteúdos subjetivos são transmitidos pelo produto?
Ÿ A que público se destina?

É sempre bom fazer uma pequena pesquisa com pessoas mais chegadas e ouvir suas opiniões. De que forma são atingidas e a quem o projeto se dirige? Este esforço nos dará o perfil do público, eliminando esta incógnita da equação inicial.

Agora, podemos fazer novas perguntas:
Ÿ Que empresas desejam agregar às suas imagens institucionais ou aos seus produtos comerciais os conteúdos transmitidos pelo nosso produto cultural?
Ÿ Quais empresas se interessam pelo patrocínio da área de atividade do produto?
Ÿ O público que desejamos atingir é o mesmo do produto (ou dos serviços) do patrocinador?

Com essas informações, podemos montar um rol de prováveis patrocinadores potenciais, sobrando apenas a mídia como última incógnita a ser descoberta.

Como, e através de que caminho, vou comunicar ao público o produto? Esta resposta leva ao encontro da mídia identificada com o produto, fechando assim toda a equação.

As construções destas respostas se constituem nas estratégias e engenharias de marketing, ou caminhos de troca.


Partindo do Patrocinador:

Podemos partir do estudo do patrocinador e procurar saber quais são seus interesses institucionais, estudar seus produtos, os setores do mercado que pretendem atuar e conhecer o perfil do seu público cliente. Conhecidas essas e outras informações básicas, podemos traçar um diagnóstico dos interesses prioritários do patrocinador. Na “equação” do mercado (produto – patrocinador – mídia – público) as “incógnitas” agora são apenas duas: o produto e a mídia, pois, ao estudar a empresa, descobrimos a que público se destina. Cabe, agora, construir um projeto que atenda a esses interesses ou buscar no mercado projetos e produtos que se adeqüem ao perfil encontrado. Uma vez construído ou encontrado o projeto, parte-se para construção da mídia, capaz de atingir o público desejado.

As empresas descobriram a importância de investimentos em produtos permanentes, que solidificam a imagem da empresa junto a um público formador de opinião, forma laços afetivos e transferem emoções mais autênticas.
Quando a linguagem cultural conseguir se afirmar dentro do universo empresarial e vice-versa, centenas e até milhares de projetos serão viabilizados, com interesse total de todas as partes envolvidas. “Cada vez mais artistas estão discutindo negócios. Cada vez mais empresários estão falando em cultura”.

Partindo do Interesse do Público e da Informação:

Um dos caminhos é estudar as necessidades e interesses do público, que podem ser obtidos através de pesquisas, estudos ou através da imprensa. Podem nascer sobre temas específicos de um bairro, questões de saúde pública. Podem nascer tanto do noticiário quanto da comemoração do aniversário de um artista, que o público gostaria de homenagear, ou ainda uma campanha de interesse público.

Com essas informações, parte-se para criar ou buscar no mercado produtos que satisfaçam esses interesses. Nesse caso, a mídia é quase sempre espontânea, especialmente se a leitura feita, do interesse do público, for clara e correta. Trabalha-se, então, na busca dos prováveis patrocinadores, cujo público seja o mesmo do produto.


Influência na cadeia produtiva:

Muitas vezes os caminhos do produto para o patrocinador são diretos: monta-se uma estratégia, define-se um rol de empresas e agenda-se visitas. O que vamos abordar agora vale para todos os tipos de projetos. São os caminhos paralelos de influência indireta.

Para descobrir esses caminhos indiretos, precisamos responder às seguintes perguntas:
Ÿ Quem influencia quem decide?

Se desejamos pintar uma igreja histórica e precisamos de tinta, qual o caminho normal direto? Escrever uma carta para um dos principais fabricantes. Normalmente recebemos a resposta negativa tradicional: “Neste ano já atendemos muitos pedidos, não temos disponibilidade no momento etc.”

Mas, se procurarmos a loja que vende tinta em nossa cidade, e nos associarmos a ela nesse pleito, dando-lhe gratuitamente a possibilidade de colocar seu nome numa placa, durante o processo de pintura, então, poderemos ter sucesso. Quem enviará a carta será a loja. O fabricante terá dificuldades de negar a um bom cliente um pedido como esse.

Esse raciocínio vale para outros comércios e empresas. A associação com farmácias poderá conquistar o patrocínio de indústrias farmacêuticas; com postos de gasolina, para as grandes distribuidoras de petróleo e assim com as demais.

Análise dos Ambientes - Pesquisas
A compreensão dos componentes do planejamento estratégico facilitará a análise de cenários e forças competitivas indicando a formulação de objetivos e metas para viabilizar um projeto cultural.

Plano de Marketing é um conjunto de atividades complexas e integradas, contemplando decisões gerenciais relacionadas a produtos, serviços, preço, logística, distribuição, vendas, comunicação e orçamento;
Detectar mudanças no ambiente externo e avaliar sistematicamente a posição competitiva de seu projeto e responder rapidamente por meio de estratégias eficientes às oportunidades e riscos que o mercado cultural apresenta;

Análise dos Fatores Críticos de Sucesso e Cenários

A partir da análise dados apresentados podemos realizar a análise da “Matriz FOFA” listando as influências desses cenários em termos de oportunidades e ameaças, pontos fortes e pontos fracos.
Ambiente Interno
Ambiente Externo
Forças
Oportunidades
Fraquezas
Ameaças

A identificação dos papéis de compra
· Recebedor do projeto
· Avaliador
· Aprovador
· Decisor





Estilos de compra
Transação
Relação

Macro ambiente

A matriz abaixo apresenta dados relativos ao macro ambiente. Estas variáveis não podem ser controladas e influenciam diretamente no ramo do negócio em questão.



Situação Atual do Macro ambiente


Tendências e Projeções
Possíveis conseqüências/ Impacto
Sobre o projeto cultural



Oportunidade
%
Risco
%
Econômico





Político





Social e cultural





Jurídico /legislação





Institucional








Análise do PONTOS CRÍTICOS
Plano de Negócios

Ÿ Projeto/Produto Cultural inviável do ponto de vista econômico ou financeiro
Ÿ Projeto cultural sem estratégia eficaz de venda
Ÿ Despreparo do agente cultural em marketing, administração e finanças
Ÿ Seleção errada dos canais de venda e/ou distribuição do produto cultural
Ÿ Produto cultural sem demanda real por parte do público-alvo

Captação de Recursos

Ÿ Projeto não enquadrado em lei de incentivo, sem oferecer vantagens fiscais ao comprador em potencial.
Ÿ Projeto com linguagem inadequada ao comprador em potencial
Ÿ Projeto com apresentação visual descuidada
Ÿ Projeto com muitos erros de português
Ÿ Captador de recursos com problemas político-ideológicos na sua relação com empresários
Ÿ Captador de recursos com a postura do “pires na mão”
Ÿ Desconhecimento da Curva de amadurecimento organizacional
Ÿ Desconhecimento dos critérios de Marketing Cultural adotados pelo comprador em potencial do projeto/produto cultural
Ÿ Barreiras no acesso ao executivo que decide a compra
Ÿ Dificuldades no uso consciente da Lei das Influências
Ÿ Desconhecimento de técnicas de vendas
Ÿ Falta de habilidade nas negociações interpessoais
Ÿ Projeto cultural não personalizado para o comprador em potencial
Ÿ Retornos fracos ou inexistentes para conquistar o interesse do comprador
Ÿ Desconhecimento dos percentuais oferecidos como benefícios pelas leis de incentivo
Ÿ Desconhecimento da sistemática da prestação de contas ao Poder Público, após a realização de projeto cultural enquadrado em leis de incentivo
Ÿ Orçamento superfaturado
Ÿ Orçamento subfaturado
Ÿ Cronograma de Execução do projeto inviável ou problemático

Produção

Ÿ Falta de experiência concreta em produção cultural
Ÿ Não incorporação de princípios de Qualidade Total no decorrer da execução do projeto
Ÿ Má administração dos recursos financeiros
Ÿ Má gestão da execução do projeto
Ÿ Não cumprimento de prazos
Ÿ Falta de informações e/ou de atenção para o comprador do projeto/produto cultural
Ÿ Não atendimento de qualidade ao público-alvo do projeto/produto cultural

Avaliação

Ÿ Não documentação do projeto (em fotos, vídeos etc.)
Ÿ Não confecção do clipping do retorno de mídia
Ÿ Não realização de pesquisa de satisfação do público-alvo
Ÿ Falta de autocrítica
Ÿ Visão subjetiva e equivocada do processo
Ÿ Dificuldade para coletar e interpretar os dados necessários
Ÿ Falta de perspectiva de continuidade do projeto cultural








ESTRUTURA DO PROJETO CULTURAL

Características Gerais

Escolha um nome criativo para seu projeto, mostrando logo de saída que ele é especial, diferente.
Associe uma imagem bonita a esse nome – uma imagem que traduza o que seu projeto tem de melhor.
Se você encontrou o nome criativo e a imagem bonita, você tem a CAPA do seu projeto.
Escreva na parte de baixo da capa os nomes do(s) autor(es)/ produtor(es)/parceiro(s) do projeto
Crie uma fase de impacto, que mostre o valor de troca do seu projeto para o patrocinador potencial. Coloque essa frase em letras grandes, sozinha, na primeira página após a capa.

Em todo o seu projeto, procure seguir as seguintes orientações gerais:
O projeto deve ser conciso e escrito numa linguagem objetiva.
Lembre-se sempre de que o seu projeto deve funcionar como uma proposta de troca de valores.

De um lado, temos um produto, ou um projeto, que se dirige a um determinado público, com potencial para agregar alguns valores simbólicos positivos à imagem e/ou produtos do patrocinador. Do outro, temos uma empresa que pretende atingir esse público, construindo, junto ao mercado e à sociedade, uma imagem com a qual o nosso projeto poderá contribuir. Nosso trabalho será o de apresentar, na forma de um projeto, ou proposta, a melhor forma de realizar esta troca.
· No momento de elaborar o projeto, já deverá ter sido criada a estratégia e/ou engenharia de marketing que tornará sua oferta irresistível para o patrocinador. Verifique se você já dispõe realmente de todos os dados necessários: equipe de realização, orçamento viável, cronograma de execução e uma boa lista de retornos para oferecer ao seu patrocinador, nascidos do estudo prévio da empresa que você irá procurar.
· Se possível, crie uma logomarca para o seu projeto.


O projeto se divide nos seguintes módulos:

1.o – Carta de Apresentação

Para cada empresa, será necessário elaborar uma carta de apresentação do projeto, que deve ter, no máximo, uma página e meia, dirigida à pessoa certa, com um resumo da proposta e da solicitação de patrocínio. Nessa carta, devemos ressaltar os pontos, em nosso projeto, que apresentam maior interesse para a empresa. É importante também destacar nessa carta o valor artístico e cultural do nosso produto ou evento cultural.

A carta deve ser o último módulo a ser elaborado.

Objetivo do projeto
O projeto se inicia com uma introdução sucinta, onde se coloca o que se pretende realizar e quem vai realizar. É um resumo da proposta, realçando as qualidades artísticas ou culturais do seu produto, sem exageros. Também devem ser realçados os principais nomes da equipe de execução, com breves menções a prêmios que receberam e/ou suas importantes realizações profissionais. No caso de espetáculos de teatro, shows musicais e eventos que possuem uma ficha técnica, esta deve ser apresentada como parte da abertura, na página seguinte à da apresentação.
A linguagem do projeto para patrocinadores deve ser clara e objetiva, sem exageros poéticos. Objetividade, porém, não quer dizer frieza. Todo projeto cultural deve ter uma “alma, uma paixão” (que é a sua paixão pessoal: ela nasceu no mesmo momento em que você idealizou seu projeto). O projeto com “alma” desperta o entusiasmo de quem o lê e certamente terá mais chances de conseguir patrocínio.
Ao final desta apresentação, destaque o público alvo do seu projeto. Lembre-se: o seu público deve ser o mesmo que o patrocinador em potencial deseja atingir.
O público alvo é definido por:
· CLASSE SOCIAL: A (mais rica) / B / C (média) / D / E (a mais pobre);
· FAIXA ETÁRIA: infantil (5 a 10 anos) / infanto-juvenil (10 a 14 anos) / adolescente (14 a 18 anos) / jovem (19 a 25 anos) / adulto (25 a 35 anos) / maduro (35 a 50 anos) / terceira idade (60 anos em diante) / Todas as idades;
· SEXO: Ambos os sexos / Predominância do sexo feminino / Predominância do sexo masculino.

Por exemplo: bancos estão interessados sobretudo nas classes sociais A e B, de maior poder aquisitivo, nas faixas etárias adulta e madura, ambos os sexos, com vistas a ganhar novos correntistas. Ora, esse público é justamente a maioria daquele que freqüenta exposições de pintura e leilões de arte, concertos de música erudita, espetáculos de dança clássica e teatro. Portanto, no caso de projetos nessas áreas e segmentos culturais, existe uma coincidência entre o público que o patrocinador potencial deseja atingir e o público que seu projeto de fato atingirá.
Dê uma estimativa da quantidade de pessoas que seu projeto atingirá. Se você possuir estatísticas sobre outros hábitos de consumo do público alvo, tanto melhor. Assim você terá mais argumentos de marketing para convencer o seu patrocinador.
Por exemplo: um cineasta que obteve consultoria do SEBRAE incluiu em seu projeto uma pesquisa realizada com metodologia científica por um instituto especializado, que demonstrava que 50% dos freqüentadores das salas de cinema na Capital do seu Estado eram jovens de 19 a 25 anos. Essa constatação permitiu que ele obtivesse o patrocínio, para seu filme, de empresas fabricantes de produtos para o público jovem.

3.o – Justificativa

Construa o texto deste módulo apresentando, inicialmente, as qualidades culturais do seu projeto:
· Fale sobre a importância da sua proposta para o universo cultural ou, se for o caso, para as áreas que fazem interface com a cultura (turismo, educação, ecologia ou outras)
Demonstre que seu projeto é oportuno (se ele trata de um assunto que está em evidência na sociedade, ou deveria estar em evidência);
Argumente que o seu projeto atende a uma demanda sócio-cultural do público alvo (e por isso vai beneficiar o patrocinador, que divulgará suas mensagens institucionais ou de marketing juntamente com o projeto, para o público que ele deseja atingir).
Agora comece a justificar porque o projeto merece os recursos financeiros do seu patrocinador:
Demonstre o vínculo que o ser projeto possui com os interesses de marketing (ou institucionais) do seu patrocinador;
Mostre as vantagens de marketing ele poderá auferir para seus produtos ou serviços, ou em termos de fortalecimento de imagem junto à comunidade;
Realce o potencial de mídia espontânea do projeto.
Se os argumentos que você apresentou foram convincentes para você, provavelmente também o serão para o seu patrocinador em potencial. Em resumo, o módulo das Justificativas tem duas partes: você começa justificando culturalmente o seu projeto, mas, do meio para o final, justifica porque ele é interessante como marketing institucional ou de produto para seu patrocinador.
Importante: neste módulo, personalize o projeto para o seu patrocinador. Escreva o nome da empresa ou coloque a marca do produto que ela fabrica e que será associado ao projeto. Faça com que seu patrocinador em potencial perceba que o projeto foi elaborado sob medida para a empresa dele.
Mas é fundamental que você saiba, antes de redigir este módulo, quais são as prioridades da empresa que você procurou:
Ela deseja fortalecer sua imagem institucional através da cultura?
· Ou, pela sua análise prévia da empresa, o principal valor de troca que seus dirigentes desejam é o retorno de mídia?
· Pode ser que a empresa deseje fixar a marca de um de seus produtos na memória do público, como o faz a Sousa Cruz, no caso do Free Jazz Festival. O marketing de produto é ou não é o mais importante?
· A prioridade é associar a qualidade artística e cultural do projeto à qualidade dos serviços prestados pela empresa?

4.o – Desenvolvimento do Projeto
Para alguns projetos faz-se necessário explicar as etapas necessárias para realizar nossa proposta.
Neste módulo, podem ser apresentados tópicos como a programação de um evento, ou as etapas modulares de um curso de arte com seus respectivos conteúdos programáticos, ou o repertório de músicas que irão compor um recital, ou a relação das cidades nas quais você pretende realizar um show musical ou itinerante ou um circuito de exposições de pinturas ou fotografias.
Em projetos que incluem viagens para pesquisas, devem ser detalhados os locais, as fontes de pesquisa, a metodologia que será empregada.

5.o – Cronograma de Execução

Neste módulo, apresenta-se graficamente ou descreve-se por escrito, ordenadamente, como o projeto será realizado ao longo do tempo, definindo as etapas de sua execução. Colocam-se numa coluna vertical as etapas ou fases de execução do projeto e numa coluna horizontal os meses, ou dias - do início ao fim do projeto. Nos espaços de interseção, entre as linhas verticais e horizontais, marca-se, para cada etapa, o tempo respectivo.
Normalmente o número de semanas que cada etapa levará é suficiente. Mas se o seu projeto exigir detalhamento do cronograma em dias, você poderá fazer mais de um gráfico (um para cada mês de trabalho, por exemplo).
Atenção: nunca entregue um projeto sem o cronograma de execução. Ele demonstra sua capacidade de planejamento e de organização para o seu patrocinador em potencial.
Damos a seguir um exemplo hipotético de cronograma, para um espetáculo dança:

ETAPAS
1.º Mês
2.º Mês
3.º Mês
4.º Mês
5.º Mês
6.º Mês
Contrato c/
Patrocinador

























Seleção de
Elenco

























Realização
dos Ensaios

























Criação de
Figurino

























Criação de
Cenário


























ETAPAS
1.º Mês
2.º Mês
3.º Mês
4.º Mês
5.º Mês
6.º Mês
Montagem do Cenário

























Trilha
Sonora

























Divulgação p/Imprensa

























Ensaio
Geral

























Estréia do
Espetáculo

























Temporada
Prevista




























6.o – Retornos para o Patrocinador

Neste módulo, listamos todas as formas de retorno para o patrocinador. Uma boa maneira de se estabelecer retornos é pensar como o patrocinador e como melhor poderemos realizar a transferência dos valores humanos positivos do projeto à sua imagem, bem como melhor poderemos fixar sua marca e gerar a venda de seus produtos, se for o caso. Coloque-se no lugar do seu patrocinador. O fundamental, neste módulo, é demonstrar como será realizado o marketing (a troca) entre o público e o patrocinador.
O crédito de patrocínio poderá ser divulgado para o público através de: cartazes, folhetos, programas, faixas, galhardetes, press releases para a imprensa, filipetas, anúncios, camisetas promocionais, convites, placas, imagens em vídeos (fitas ou telão), agradecimentos públicos (inclusive através dos próprios artistas), locução pré-gravada em fita cassete, distribuição de brindes e folhetos da empresa etc.
Pense nos retornos institucionais e de marketing para o seu patrocinador. E procure criar um retorno especial, que só o seu projeto possui. Não deixe que seu projeto seja apenas mais um na pilha de solicitações que chegam às empresas. Crie um diferencial. Pense num retorno que seja, literalmente, irresistível.
Ofereça, sempre, os seguintes retornos para o seu patrocinador, nesta ordem:
Institucionais – que valores positivos serão agregados à imagem da empresa que patrocinar o seu projeto;
Créditos – mostre detalhadamente como o crédito de patrocínio aparecerá em todas as peças de divulgação ou promoção do projeto, bem como nos impressos ou produtos que serão distribuídos ao público;
Retornos de Mídia – descreva como você planejou motivar os jornalistas a divulgar o projeto e que resultados você espera alcançar com a sua estratégia;
· Lembre-se: estamos na Era da Comunicação Total. Isso tem levado as grandes agências de propaganda a pensar em novas formas de divulgação, criativas, com custos mais reduzidos. Criar propostas de divulgação diferenciadas poderá gerar uma atração especial, além de demonstrar que o retorno ao patrocinador foi pensado e levado realmente a sério.
Retornos de Marketing – mostre, com argumentos objetivos, as vantagens que o patrocinador terá. Por exemplo: aumento das vendas de seus produtos, fixação de marca, promoções ou descontos (se for o caso), estratégias para levar o público aos pontos de venda do patrocinador (por exemplo: para pegar ou ganhar ingressos, ou participar de sorteios, ganhar brindes etc.);
Retornos Financeiros - mencione também se o projeto está enquadrado numa lei de incentivo e que vantagens financeiras isso trará ao seu patrocinador. Lembre-se de que a aprovação de um projeto numa lei de incentivo significa, além dos benefícios fiscais, um aval do Poder Público à sua proposta cultural, fato que o qualifica positivamente dentro da empresa patrocinadora em potencial.
Retornos Especiais ou Exclusivos – termine este módulo com uma oferta irresistível. Um retorno que só você pensou para o seu patrocinador e que faz com que o seu projeto se torne realmente especial.
Um exemplo para estimular a sua criatividade: um bar solicitou a um fabricante de cervejas o patrocínio de shows musicais noturnos. Os proprietários do bar ofereceram exclusividade na venda da marca de cerveja do patrocinador em seu estabelecimento. E como retorno especial, ofereça colocar, nas paredes, fotos que contavam a história da cervejaria, os rótulos antigos, a evolução da logomarca, imagens da fábrica etc. Essa oferta tornou o projeto irresistível (até porque foi a primeira vez que a empresa recebeu um retorno desse gênero).

7.o – Plano de Mídia

Mídia Paga – relacione em quais emissoras de rádio você pretende veicular anúncios ou chamadas para o seu projeto (dando detalhes como tempo dos anúncios e número de inserções por semana); relacione em que jornais ou revistas você pretende publicar anúncios do projeto (dando detalhes como tamanho do anúncio e número de inserções em cada veículo selecionado); somente projetos grandes são anunciados pela televisão (se for este o seu caso, detalhe as emissoras, o tempo dos anúncios, a agência de propaganda que fará a produção e o número de vezes que irá ao ar).
Lembre-se de que sempre é possível conseguir o apoio cultural dos órgãos de imprensa. Neste caso, emissoras de rádio ou televisão, bem como jornais ou revistas, divulgarão seu projeto sem custos, querendo em troca apenas o crédito de apoio cultural em todos os anúncios, impressos (programas, convites, cartazes etc.) e mecanismos de divulgação (camisetas, faixas etc.) vinculados ao seu projeto. Conseguir apoio cultural dos meios de comunicação é a alternativa mais econômica e deve ser tentada em primeiro lugar.
Importante: todo patrocinador espera de um projeto cultural que ele resulte em mídia espontânea (matérias positivas ou anúncios de apoio), cujo custo é bem menor do que o dos anúncios pagos. Muitos artistas e produtores culturais cometem o erro de sobrecarregar o orçamento do seu projeto com grandes despesas de divulgação e mídia paga, e isto já inviabilizou muitos projetos.
Se for o caso, coloque no seu Plano de Mídia como será feito o anúncio em out doors, ou em placas de ônibus, murais ou painéis de locais públicos etc., desde que haja custos envolvidos.

Instrumentos de Divulgação – relacione todas as peças que você pretende criar para divulgar seu projeto junto ao público:
Cartazes (informe o tamanho, número de cores, tiragem, bairros onde serão afixados);
Faixas (informe o tamanho, material, número de faixas e em que locais da cidade serão afixados);
Filipetas (informe o tamanho, quantidade, se haverá ou não descontos promocionais vinculados à filipetas, onde e como serão distribuídas);
Programas (informe o tamanho, número de páginas, tiragem, se haverá mensagem e/ou anúncio institucional do patrocinador);
Convites (informe o tamanho, número de páginas, tiragem, se haverá mensagem e/ou anúncio institucional do patrocinador) e assim por diante.

Mídia Especial – reflita sobre a natureza do seu projeto cultural e crie uma mídia original para divulgá-lo de forma impactante. Saia da rotina. Inove. A seguir damos algumas sugestões, mas só para estimular a sua imaginação. O importante é que você acenda a lâmpada da criatividade interna e traga à luz sua própria mídia especial.
Bike doors – anúncios instalados em bicicletas;
O grupo de teatro sai pela rua, com os figurinos da peça, distribuindo as filipetas e chamando a atenção do público;
Pessoas ligadas ao projeto ficam nas lojas do patrocinador, divulgando o projeto para os clientes;
Uma mala direta leva pelo correio um pequeno presente e um impresso divulgando o evento cultural (e oferecendo um desconto na compra do ingresso);
Não se esqueça de que o velho “homem-tabuleta” ainda tem o seu lugar no mundo globalizado;
O bar da sua cidade que é o mais freqüentado pelos artistas pode ser um belo campo de divulgação, se você criar uma estratégia que faça as pessoas falarem do seu projeto umas para as outras.
Aonde as pessoas se agrupam, na sua cidade? Na praça? No clube? Descubra uma maneira de chamar atenção para o seu projeto nesses locais.
Será que o jornal da sua cidade não aceitaria vincular um encarte sobre o seu projeto, como apoio cultural?
Será que o programa de rádio de maior audiência na sua cidade não pode ser um parceiro na divulgação, distribuindo ingressos do seu evento como prêmio para os ouvintes que participam do programa?
Pense. Crie. Inove.

8.º - Custos

Neste módulo, são descritos, de forma discriminada, os custos do projeto, item por item. Eles devem ser realistas, mas não tão rígidos a ponto de não levar em conta os imprevistos. Os preços devem estar condizentes com os valores praticados no mercado e devem permitir ao patrocinador uma avaliação objetiva.

Não se esqueça de discriminar os valores referentes a impostos, taxas e encargos, que são normalmente esquecidos. Normalmente, os projetos prevêem de 20 a 25% de recursos para divulgação e propaganda. Estes são os percentuais normalmente estabelecidos pelas leis de incentivo.

Demonstre neste módulo, caso o projeto esteja enquadrado numa lei de incentivo da qual a empresa se beneficie, o valor real que será desembolsado, ou seja, apenas os recursos de contrapartida do patrocinador (seu investimento real), quando for o caso. E lembre-se de que a Lei Rouanet (federal) oferece 100% de incentivo para projetos de cinco áreas culturais específicas.

9.o – Cronograma de Pagamentos

Neste módulo, apresenta-se graficamente (tabela) ou descreve-se ordenadamente como será pago o projeto. A divisão do projeto cultural em etapas permitirá um desembolso em parcelas mensais, fato este que normalmente agrada mais ao patrocinador, além de lhe permitir acompanhar cada fase de execução dos trabalhos. Na forma gráfica, escreve-se na coluna vertical o número de cada etapa, descrito no módulo de desenvolvimento, ou discriminam-se as ações; na coluna horizontal, marcam-se os meses de duração do projeto. Nos espaços de interseção, escrevem-se os valores em reais (R$).

Não aconselhamos adotar como padrão a divisão do valor total do projeto em cotas de patrocínio. Só se deve dividir em cotas os projetos de grande valor, ou aqueles cuja empresa se mostra interessada em patrocinar apenas parte dos custos.


10.o – Anexos Complementares do Projeto

Alguns documentos complementares podem e devem ser anexados ao projeto:
q Currículo resumido do grupo artístico e da equipe técnica;
q Cartas de apoio de entidades e/ou pessoas de notória importância no âmbito do projeto;
q Cópias de matérias jornalísticas que já saíram sobre o projeto, ou de realizações anteriores do grupo, da entidade ou empresa proponente;
q Material de pesquisa, dados técnicos, gráficos, plantas (no caso de projetos que envolvam engenharia e arquitetura);
q Materiais relevantes, tais como: fotos das obras, no caso de exposições de pintura, layout do livro, fita demo do filme, CDs anteriores, trabalhos já realizados, fotos de eventos esportivos anteriores, gravações em vídeo e outros materiais.
q Materiais à parte, fora do corpo do projeto, tais como: textos de peças, roteiros e livros, maquetes e outros elementos, que poderão ser mostrados na hora e colocados à disposição, caso haja interesse, posteriormente à análise do projeto em si. Use sua sensibilidade, nesses casos para saber o que mostrar e o que deixar para estudo do patrocinador.

11.o – Programação Visual

A apresentação visual do projeto é um fator de suma importância. A capa deve ser atraente. Pode ser simples, contendo apenas o nome do projeto e sua autoria. Neste caso o nome deve ser curto, inteligente e bem escolhido. Pode conter um desenho ou uma fotografia que fale da obra. O tipo de letra deve ser o menos rebuscado possível. Utilize bastante os espaços entre parágrafos, pois isto dará uma impressão de limpeza ao projeto. Se for possível, crie uma logomarca para o projeto. Se o seu projeto estiver dirigido a um patrocinador específico e seu nome puder estar inserido no título, explore bem esta vantagem.
Uma forma simples e eficaz de apresentar projetos é usar as folhas encadernadas em espiral, ou prendedor de papel do tipo “canoa”, com um plástico transparente protetor, na primeira e última página. Folhas soltas, ou presas com dificuldade de manuseio, não são recomendáveis. A Carta de Apresentação não deve entrar no corpo do projeto.